1 de dezembro de 2009

Morte de perito revolta Polícia Civil ( VIOLÊNCIA)



Morte de perito revolta Polícia Civil


• Paixão Barbosa

• 07.30.09

• Bahia, Polícia Militar, Segurança, Corregedoria da PMBA, Hilton Martins Rivas, Polícia Civil da Bahia, Polícia Militar da Bahia





O clima esquentou entre as polícias civil e militar da Bahia, após a morte do perito-técnico Hilton Martins Rivas, abatido a tiros na quarta-feira, durante uma desastrosa abordagem de quatro policiais militares, quando estava no Largo do Santo Antônio Além do Carmo (Centro Histórico de Salvador). Pelas versões de testemunhas e de parentes, a culpa é de um tenente PM que atirou no perito com uma metralhadora, mesmo com este lhe dizendo que também era policial.

Os superiores do tenente optaram pela versão que este contou, segundo a qual Hilton Martins teria sacado uma pistola que carregava na cintura. Seja qual for a versão correta, destaca-se no fato o despreparo do oficial que, após atirar e descobrir o erro cometido, preocupou-se somente em recolher as cápsulas deflagradas e saiu no veículo oficial, deixando a vítima estendida na calçada.

O crime deixou revoltados os colegas do perito, que ameaçam paralisar todas as suas atividades até que o tenente e os integrantes da sua equipe sejam apresentados à Polícia Civil. Contribuiu para o clima ruim a reação do corregedor da Polícia Militar, coronel Manoel Francisco Bastos, que, além de se recusar a apresentar o autor dos disparos, disse que ele continuará trabalhando normalmente, porque não existiriam razões para prendê-lo.

Comprando ineiramente a versão dos militares, o coronel acha que o tenente agiu no legítimo cumprimento do dever. “O perito sacou a arma e, felizmente, o tenente atirou primeiro. Foi um caso de legítima defesa evoluído do estrito cumprimento do dever”, foi a sua avaliação antes mesmo de iniciar qualquer investigação sobre o fato.

Até onde sei, Corregedoria é para apurar, não para julgar e proferir sentenças como fez o coronel.

Queremos uma polícia cidadã, mas onde se encontra a cidadania do policial?

Queremos uma polícia cidadã, mas onde se encontra a cidadania do policial?




JANILSON AURINO

Janilson Aurino é policial militar do Estado do Rio Grande do Norte, formado em Letras pela UERN e esta se Especializando em Segurança Pública e Cidadania – aurinomatador@hotmail.com







RESUMO

Os conceitos dos Direitos Humanos precisam ser incorporados, definitivamente, nas ações dos órgãos do sistema de segurança pública. As recentes políticas para a segurança pública, correlacionadas aos Direitos Humanos, não conseguiram sua efetividade, enquanto não dedicarem uma maior atenção para os agentes policiais. O presente artigo tem por finalidade apresentar e discutir os contrastes existentes entre os discursos das políticas públicas e as ações direcionadas para o sistema policial. Grandes reformas precisam ser articuladas para transformar esse contexto de desrespeito a cidadania do policial, pois somente quando o mesmo for reconhecido e se reconhecer cidadão é que terá as condições necessárias de exercer um policiamento na linha da cidadania e do respeito aos Direitos Humanos.



Palavras-Chave

Direitos Humanos. Políticas de segurança pública. Sistema policial. Cidadania.

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