4 de fevereiro de 2010

Bicudo denuncia violência contra jovens

Bicudo denuncia violência contra jovens

http://www.direito2.com.br/acam/2003/jun/11/bicudo-denuncia-violencia-contra-jovens

A violência policial e dos grupos de extermínio contra os jovens é hoje um dos mais graves problemas de violação de direitos humanos do País. Por isso, o jurista, ex-deputado federal e atual vice-prefeito de São Paulo, Hélio Bicudo, defende que em vez de discutir pena de morte e redução da idade penal, a sociedade brasileira deveria estar pensando em respeitar os direitos humanos, resgatar o sistema penal, construir escolas e promover a inserção social.
Ele participa da 8ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos. Bicudo destaca-se, desde a década de 70, pelo combate aos crimes cometidos pelos esquadrões da morte.
O jurista fez graves acusações contra a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, responsabilizando-a por execuções sumárias e outras freqüentes violações de direitos humanos.
LUTA INGLÓRIA
Segundo Bicudo, a luta contra a violência policial e as execuções sumárias vem obtendo escasso sucesso no Brasil. De acordo com ele, a CPI que investigou a eliminação de crianças e jovens, em 1991, teve resultados muitos tímidos, e suas propostas (unificação das polícias, julgamento dos militares assassinos pela Justiça Comum, entre outros) acabaram arquivadas.
O jurista afirmou que a Secretaria de Segurança paulista planejou o assassinato de doze pessoas, acusadas de tentar seqüestrar um avião. Depois, ficou provado que esse avião sequer existia. O fato foi denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que o está investigando, assim como a Polícia Federal. "E há um conhecido torturador numa posição chave na Secretaria", acusou Bicudo, acrescentando que só em Ribeirão Preto mais de 200 jovens da Febem foram eliminados pela polícia. "E num recente programa de TV, vimos um policial confessando sua participação em mais de 100 execuções sumárias", acrescentou.
UNESCO
O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, condenou a proposta de reduzir a idade penal e criticou o livre comércio de armas. "As políticas preventivas são mais eficazes do que as repressoras", disse ele, revelando que a entidade está pesquisando as causas da violência, sobretudo a de ordem racial.
Para Werthein, o Brasil tem experiências positivas no combate à violência, que devem ser repetidas e divulgadas.
A secretária especial de Políticas para as Mulheres, Emília Fernandes, revelou que, segundo pesquisas, a cada 15 segundos uma mulher é vítima de algum tipo de violência no Brasil, seja física, psicológica ou sexual. E anunciou a realização, no ano que vem, da 1ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres.
Por Márcia Schimdt/ LCP
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