16 de maio de 2010

TERRITÓRIO BRASIL:Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses.


LER O TEXTO ABAIXO, COM ALGUNS EU FIZ COMENTÁRIOS DO QUE EU TINHA VISTO NA MINHA ULTIMA PESCARIA.

PODEM CRER QUE ISTO É UMA VERDADE.

SE PUDEREM REPASSE....

DESDE JÁ UM FORTE ABRAÇO A TODOS..

CLIK NESTE LINK AQUI TEM DADOS OFICIAIS SOBRE RORAIMA

http://acd.ufrj.br/fronteiras/pesquisa/fronteira/p02mono0104.htm

http://acd.ufrj.br/fronteiras/pesquisa/fronteira/p02mono0104.htm







FOTOS DE RORAIMA DIVISA COM VENEZUELA.
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REPASSANDO... bom dia com muita alegria... bastante paz e harmonia...

Segue abaixo o relato de uma pessoa conhecida e séria, que passou recentemente em um concurso público federal e foi trabalhar em Roraima. Trata- se de um Brasil que a gente não conhece.

As duas semanas em Manaus foram interessantes para conhecer um Brasil um pouco diferente, mas chegando em Boa Vista (RR) não pude resistir a fazer um relato das coisas que tenho visto e escutado por aqui.

Conversei com algumas pessoas nesses três dias, desde engenheiros até pessoas com um mínimo de instrução.

Para começar o mais difícil de encontrar por aqui é roraimense, pra falar a verdade, acho que a proporção é de um roraimense para cada 10 pessoas é bem razoável, tem gaúcho, carioca, cearense, amazonense, piauiense, maranhense e por aí vai. Portanto falta uma identidade com a terra.
Aqui não existem muitos meios de sobrevivência, ou a pessoa é funcionária pública, e aqui quase todo mundo é, pois em Boa Vista se concentram todos os órgãos federais e estaduais de Roraima, além da prefeitura é claro.. Se não for funcionário público a pessoa trabalha no comércio local ou recebe ajuda de Programas do governo.

Não existe indústria de qualquer tipo. Pouco mais de 70% do Território roraimense é demarcado como reserva indígena, portanto restam apenas 30%, descontando- se os rios e as terras improdutivas que são muitas, para se cultivar a terra ou para a localização das próprias cidades.

(Na única rodovia que existe em direção ao Brasil (liga Boa Vista a Manaus, cerca de 800 km ) existe um trecho de aproximadamente 200 km reserva indígena Waimiri Atroari) por onde você só passa entre 6:00 da manhã e 6:00 da tarde, nas outras 12 horas a rodovia é fechada pelos índios (com autorização da FUNAI e dos americanos) para que os mesmos não sejam incomodados.

Detalhe: Você não passa se for brasileiro, o acesso é livre aos americanos, europeus e japoneses.. Desses 70% de território indígena, diria que em 90% dele ninguém entra sem uma grande burocracia e autorização da FUNAI.

Detalhe: Americanos entram na hora que quiserem, se você não tem uma autorização da FUNAI mas tem dos americanos então você pode entrar. A maioria dos índios fala a língua nativa além do inglês ou francês, mas a maioria não sabe falar português. Dizem que é comum na entrada de algumas reservas encontrarem- se hasteadas bandeiras americanas ou inglesas. É comum se encontrar por aqui americano tipo nerds com cara de quem não quer nada, que veio caçar borboleta e joaninha e catalogá-las, mas no final das contas pasme, se você quiser montar um empresa para exportar plantas e frutas típicas como cupuaçu, açaí camu-camu etc., medicinais ou componentes naturais para fabricação de remédios, pode se preparar para pagar 'royalties' para empresas
japonesas e americanas que já patentearam a maioria dos produtos típicos da Amazônia...

Por três vezes repeti a seguinte frase após ouvir tais relatos: E os americanos vão acabar tomando a Amazônia e em todas elas ouvi a mesma resposta em palavras diferentes. Vou reproduzir a resposta de uma senhora simples que vendia suco e água na rodovia próximo de Mucajaí:

'Irão não minha filha, tu não sabe, mas tudo aqui já é deles, eles comandam tudo, você não entra em lugar nenhum porque eles não deixam. Quando acabar essa guerra aí eles virão pra cá, e vão fazer o que fizeram no Iraque quando determinaram uma faixa para os curdos onde iraquiano não entra, aqui vai ser a mesma coisa'.

A dona é bem informada não? O pior é que segundo a ONU o conceito de nação é um conceito de soberania e as áreas demarcadas têm o nome de nação indígena. O que pode levar os americanos a alegarem que estarão libertando os povos indígenas. Fiquei sabendo que os americanos já estão construindo uma grande base militar na Colômbia, bem próximo da fronteira com o Brasil numa parceria com o governo colombiano com o pseudo
objetivos de combater o narcotráfico. Por falar em narcotráfico, aqui é rota de distribuição, pois essa mãe chamada Brasil mantém suas fronteiras abertas e aqui tem Estrada para as Guianas e Venezuela. Nenhuma bagagem de estrangeiro é fiscalizada, principalmente se for americano, europeu ou japonês, (isso pode causar um incidente diplomático). .. Dizem que tem muito colombiano traficante virando venezuelano, pois na Venezuela é muito fácil compr ar a cidadania venezuelana por ce rca de 200 dólares.
Pergunto inocentemente às pessoas; porque os americanos querem tanto proteger os índios. A resposta é absolutamente a mesma, porque as terras indígenas além das riquezas animais e vegetais, da abundância de água são extremamente ricas em ouro encontram-se pepitas que chegam a ser pesadas em quilos), diamante, outras pedras preciosas, minério e nas reservas norte de Roraima e Amazonas, ricas em PETRÓLEO..

Parece que as pessoas contam essas coisas como que num grito de socorro a alguém que é do sul, como se eu pudesse dizer isso ao presidente ou a alguma autoridade do sul que vá fazer alguma coisa. É pessoal,... saio daqui com a quase certeza de que em breve o Brasil irá diminuir de tamanho.
Será que podemos fazer alguma coisa???
Acho que sim.

Repasse esse e-mail para que um maior número de brasileiros fique sabendo desses absurdos.
Mara Silvia Alexandre Costa Depto de Biologia Cel. Mol. Bioag.Patog. FMRP - USP


Opinião pessoal:

]Gostaria que você, especialmente que recebeu este e-mail, o repasse para o maior número possível de pessoas. Do meu ponto de vista seria interessante que o país inteiro ficasse sabendo desta situação através dos telejornais antes que isso venha a acontecer.
Afinal foi um momento de fraqueza dos Estados Unidos que os europeus lançaram o Euro, assim poderá se aproveitar esta situação de fraqueza norte-americana (perdas na guerra do Iraque) para revelar isto ao mundo a fim de antecipar a próxima guerra. Conto com sua participação, no envio deste e-mail.
Celso Luiz Borges de Oliveira Doutorando em Água e Solo FEAGRI/UNICAMP


http://acd.ufrj.br/fronteiras/pesquisa/fronteira/p02mono0104.htm
A – Um panorama do Estado

O estado de Roraima é um objeto de estudo interessante pois compartilha com o estado do Acre a situação de estar localizado, em sua totalidade, na faixa oficial de fronteira internacional do Brasil,.
No contexto do segmento da Faixa denominado na pesquisa de Arco Norte (Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso), o norte do estado de Roraima surge como a segunda maior concentração de migrantes, tanto oriundos da própria região como de outras regiões do país. Somente a porção meridional do estado de Rondônia ultrapassa essa região em fluxos imigratórios nas últimas décadas. Também foi verificada no decorrer do trabalho de campo em Roraima, a presença relevante de imigrantes internacionais (legais e ilegais), principalmente nas cidades geminadas de Pacaraima/Santa Elena de Uairén e Bonfim/Lethen.
A grande parcela do território do estado de Roraima ocupada por Áreas Indígenas e Parques Nacionais já demarcados, o vínculo entre suas frentes pioneiras principais e o extrativismo mineral e vegetal são alguns dos fatores que podem explicar não só a baixa densidade populacional da maior parte do estado, como o peso considerável na composição do Produto Interno Bruto (PIB) das atividades do setor terciário, ou seja, de uma economia de tipo urbano.

A – Um panorama do Estado
O estado de Roraima é um objeto de estudo interessante pois compartilha com o estado do Acre a situação de estar localizado, em sua totalidade, na faixa oficial de fronteira internacional do Brasil,.
No contexto do segmento da Faixa denominado na pesquisa de Arco Norte (Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso), o norte do estado de Roraima surge como a segunda maior concentração de migrantes, tanto oriundos da própria região como de outras regiões do país. Somente a porção meridional do estado de Rondônia ultrapassa essa região em fluxos imigratórios nas últimas décadas. Também foi verificada no decorrer do trabalho de campo em Roraima, a presença relevante de imigrantes internacionais (legais e ilegais), principalmente nas cidades geminadas de Pacaraima/Santa Elena de Uairén e Bonfim/Lethen.
A grande parcela do território do estado de Roraima ocupada por Áreas Indígenas e Parques Nacionais já demarcados, o vínculo entre suas frentes pioneiras principais e o extrativismo mineral e vegetal são alguns dos fatores que podem explicar não só a baixa densidade populacional da maior parte do estado, como o peso considerável na composição do Produto Interno Bruto (PIB) das atividades do setor terciário, ou seja, de uma economia de tipo urbano.
É uma característica dos sistemas de povoamento na Amazônia a importância das cidades na economia e na estrutura regional. No caso de Roraima, a localização no extremo norte da região amazônica, as particularidades da bacia hidrográfica do Rio Branco e a posição favorável do estado em relação às conexões com a região do Caribe são particularidades que condicionam o sistema de povoamento de uma forma diferente daquela predominante em outras sub-regiões amazônicas.
Apesar da fragilidade das estruturas de ocupação territorial, dados sobre o movimento aéreo mostraram uma grande articulação da capital do estado com outras capitais e cidades do país, principalmente do Centro-sul, onde se localizam as sedes das firmas e companhias que atuam em Roraima. Por outro lado, o trabalho de campo mostrará, como veremos adiante, que as articulações com os países vizinhos são cada vez mais importantes. São essas articulações que conferem importância estratégica ao estado na atualidade.
Ainda como Território federal, o governo central criou o Projeto Roraima – que cobria uma área de 163.000 Km2 ao norte do então Território, junto às fronteiras internacionais, onde era intensa a atividade garimpeira. Mais tarde, no contexto do Programa Polamazônia (1974/1977) foi concebido um projeto que previa para esta área o desenvolvimento da pecuária suína e bovina com industrialização local. O objetivo era a exportação para a Venezuela e também para outros mercados externos através do porto livre de Geogetown (Republica Cooperativa da Guiana). Na década de 1990, a atividade garimpeira continuou importante porém o projeto de desenvolvimento pecuário não teve o sucesso esperado. Por outro lado, a construção e o asfaltamento da BR 174, que liga Manaus a Ciudad Bolívar na Venezuela, cruzando a fronteira em Pacaraima, tem estimulado as trocas comerciais com o país vizinho, apesar do fato de que grande parte das mercadorias tem origem na Zona Franca de Manaus.
À importância da BR-174 na articulação com a região do Caribe vem se somar a ponte internacional sobre o rio Tacutu (limite entre Roraima e a República da Guiana), em fase final de construção, que permitirá a melhora da articulação com Georgetown, através da BR-401, cruzando a fronteira em Bonfim. Embora essas articulações visam o escoamento dos produtos da Zona Franca de Manaus e a abertura da Região Norte ocidental à região caribenha, não se pode deduzir que Boa Vista e a bacia hidrográfica do Rio Branco sejam apenas zonas de passagem. De novo, a partir dos dados do trabalho de campo, as cidades localizadas em vias que cruzam o limite internacional se beneficiam do movimento de pessoas e mercadorias, mesmo que de maneira instável.
No trabalho de campo foram visitados os municípios de Boa Vista (capital do estado), Pacaraima e Bonfim, além da cidade de Santa Elena (Venezuela) que está articulada a Pacaraima, e a cidade de Lethen (Guiana), articulada a Bonfim.
A cidade de Boa Vista
O que chama a atenção de imediato na chegada a Boa Vista é a estrutura urbana da cidade, com características modernas que impressionam aos que não a conhecem. A cidade segue um desenho urbanístico, com uma estrutura em forma de leque às margens do rio Branco, como podemos observar na FOTO 1. A idéia do desenho é que a partir do centro da cidade, que é o centro do semicírculo, seja possível chegar a todos os outros bairros.
Lembrando que os campos do Rio Branco foram objeto de um dos projetos econômicos pombalinos (século XVIII) de incentivo ao criatório nos campos naturais amazônicos, não é surpresa que o sítio de Boa Vista pertencia a uma fazenda particular de criação de gado bovino, fundada em 1830, por Inácio Lopes de Magalhães, a Fazenda Boa Vista no alto vale do Rio Branco, quase 50 km a jusante de um de seus principais formadores, o rio Tacutu. Em 1858, a povoação foi elevada à categoria de vila e, em 9 de julho de 1890, passou a condição de cidade-sede do recém criado município de Boa Vista, desmembrado do município de Moura, da então Província do Amazonas. Em 13 de setembro de 1943 foi criado o Território Federal do Rio Branco que passou a chamar-se Roraima a partir de 13 de dezembro de 1962, mantendo-se o nome da capital. O estado foi efetivamente instalado em 1 de janeiro de 1991, em cumprimento a determinação da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988.
A cidade de Boa Vista, com 196 942 em 2000, segundo o IBGE tem uma posição de destaque na Faixa de Fronteira Internacional Norte do Brasil. É uma cidade-primaz, quase 24 vezes o tamanho da segunda cidade na hierarquia urbana estadual, Caracaraí. O município exerce uma força polarizadora em relação aos demais municípios e até em relação aos países vizinhos, Venezuela e República Cooperativa da Guiana (antiga Guiana Inglesa). Serviços especializados só são encontrados na capital, como laboratórios, clínicas médicas, ou agencias bancárias.
A construção da BR-174, na década de 1970, e seu posterior asfaltamento na década de 1990, atraíram um razoável contingente de imigrantes venezuelanos e guianenses, que entram por Pacaraima ou Bonfim, onde a fiscalização não é tão rígida entre Lethen (Guiana) e Bonfim não existe qualquer tipo de controle por parte da polícia federal e podem então seguir para Boa Vista de ônibus, carro ou táxi.
Como acontece na maioria dos municípios do Arco Norte, o serviço público é o maior empregador no mercado de trabalho formal, como podemos observar no GRÁFICO 6, que mostra o número de pessoas empregadas, entre 1986 e 1997, no mercado formal de trabalho. De acordo com Lia Machado, esta é uma característica de cidades de países subdesenvolvidos, isto é, uma importante dependência do setor público que atua como o principal empregador (MACHADO, 1999).
Apesar de existirem atividades urbanas de todo tipo, basta dar uma volta pela cidade para que fique clara a predominância dos serviços públicos, principal sustentáculo do movimento comercial da cidade (FOTO 2).
Podemos destacar também que, no que diz respeito ao setor de comércio, de acordo com o GRÁFICO 6, este é o segundo mais importante no município de Boa Vista. Podemos perceber a importância deste setor para a economia urbana. De acordo com Diniz, esta importância do setor urbano pode ser percebida a partir da constatação de que, ao longo da década de 1980, grande parte dos migrantes direcionaram-se para os centros urbanos do estado de Roraima, especialmente para Boa Vista. Ainda segundo Diniz, de um total de 21.583 indivíduos residentes em Roraima em 1991, 140.818 (64,72 %) viviam em centros urbanos (DINIZ, 1997: 51).
Por outro lado, o mercado de trabalho informal em Boa Vista concentra um grande número de estrangeiros, a maioria ilegalmente no país. Na “rua dos camelôs” (FOTO 3) as entrevistas revelaram que alguns barraqueiros não só procedem da Venezuela e da Guiana mas também da Bolívia, todos vendendo produtos contrabandeados. Ao contrário dos camelos, os barraqueiros do mercado de peixes são todos brasileiros, vindos de diversos estados. Um fato curioso é que apesar deste mercado se encontrar localizado às margens do rio Branco, a maioria dos peixes que lá são vendidos vêm do estado do Amazonas.
C. As cidades-gemeas do Extremo Norte
A questão indígena é muito importante, causadora de diversos conflitos em todo o estado de Roraima. Em Pacaraima (FOTO 4), no limite com a Venezuela, a 214km ao norte de Boa Vista, o problema é mais grave, pois o município foi criado na área da Reserva Indígena de São Marcos e Raposa/Serra do Sol, compreendendo quase 90% da área municipal. Esse fato é motivo de conflito e indefinição da propriedade da terra, afetando inclusive o setor imobiliário; a maioria da população do município é indígena e mora em aldeias (malocas), muita delas visíveis ao longo da BR-174 (PEITER, 2001).
Independente do fato, a pequena cidade de Pacaraima (população na sede municipal, 2.758 habitantes; população do município, 6989 habitantes) já apresenta problemas de infra-estrutura urbana em função do crescimento desordenado, concentrado na sede municipal, onde encontramos graves problemas de saneamento básico, doenças de veiculação hídrica, etc. O município foi criado em 1995 e instalado em 1997, na antiga localidade conhecida como BV-8, em alusão ao marco Brasil-Venezuela n.º 8 (PEITER, 2001).
O setor de comércio é o principal empregador no mercado formal de trabalho. Devido ao clima mais ameno do que o de Boa Vista, graças a maior altitude, a pequena sede tem sido usada como lugar de veraneio de fim de semana para a população de Boa Vista (PEITER, 2001).
A maioria da população, no entanto, seguindo o padrão de tantas pequenas cidades, está empregada no mercado de trabalho informal, bastante significativo, sendo composto tanto por brasileiros como por venezuelanos que montam suas barracas na rua principal (FOTO 5), através da qual se chega à fronteira com a Venezuela. Na cidade fala-se correntemente o português e o espanhol, o comércio aceita o Bolivar (moeda venezuelana), os taxistas venezuelanos trabalham no Brasil e vice-versa. Apesar da distância de aproximadamente 15 Km entre Pacaraima e Santa Elena (Venezuela), existe um intercâmbio muito grande entre as duas cidades. Além disto, Pacaraima está na rota para o Caribe, o que explica o grande fluxo de pessoas, carga e ônibus atravessando a fronteira.
Santa Elena de Uairén, do outro lado da fronteira, 15km do limite internacional, é um núcleo urbano um pouco maior do que Pacaraima. Há muitos brasileiros vivendo em Santa Elena, alguns trabalham nas minas, outros no comércio de ouro e diamantes, outros em restaurantes. Ciudad Bolívar, a capital da província de Bolívar fica a oito horas de ônibus de Santa Elena.
Há muitas lojas comerciais fechadas, apesar da freqüência de lojas de compra e venda de ouro e diamantes, que expressam a posição estratégica da cidade como centro de província de mineração (garimpos). Existem bancos (FOTO 6), um comércio mais estruturado, inclusive com casas de compra e venda de ouro e diamantes (FOTO 7), hospitais relativamente bons e que por vezes recebem moradores de Pacaraima para atendimento. Existe um convênio entre as prefeituras de Pacaraima e Santa Elena no que diz respeito ao atendimento médico. Além disto, este convênio prevê a instalação de energia elétrica em Pacaraima — neste município a energia é por gerador — proveniente da linha de Guri, que vem da Venezuela para o Brasil.
O município venezuelano pertence a grande região fitogeográfica conhecida como La Gran Sabana (Llanos Venezuelanos) onde se localiza a Reserva Nacional de Canaima, muito importante na Venezuela (FOTO 8), cujo acesso fica nas proximidades de Santa Elena. Aliás, a cidade vive atualmente quase que exclusivamente em função do fluxo de turistas que vem do mundo todo para conhecer o Parque de La Gran Sabana (PEITER, 2001).
Bonfim, no limite internacional com a Republica Cooperativa da Guiana (ex-Guiana Inglesa) e a quase 80 km de Boa Vista em estrada asfaltada (BR-401), às margens do rio Tacutu, é um pouco maior do que Pacaraima, com uma população de 3.000 habitantes na sede municipal, e 9.337 no total do município. A infra-estrutura urbana é um pouco mais organizada do que Pacaraima. A placa na entrada da cidade diz "sorria, você está em Bonfim" (FOTO 9), iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo para “vender uma imagem positiva” de Bonfim. Em entrevista com o Secretário ficou claro que o município está contando com a implantação de projetos de ecoturismo para incentivar a economia local.
São poucas ruas asfaltadas, a maior parte de terra. No momento estão sendo construídas as pontes da BR-401, inclusive a que liga Bonfim a Lethen, na Guiana (cidade gêmea guianense que faz fronteira com Bonfim), fato que gerou um grande afluxo de trabalhadores para a cidade, aumentando a demanda sobre serviços. O comércio local de Bonfim tem se beneficiado do acréscimo de consumidores.
Trabalhadores procedentes de Lethen são encontrados em Bonfim, muitos com residência fixa no Brasil. Não só são atraídos pelas oportunidades de emprego (informal) e pelo comércio, melhor em Bonfim, mas também pela presença de postos de saúde – em Lethen o serviço de saúde é muito precário, resumindo-se a um pequeno hospital onde são poucos os serviços oferecidos, e com comércio melhor.
A interação entre Bonfim e Lethen é perceptível quando se anda pela cidade. Os traços desta interação se refletem no fato de que grande parte dos brasileiros de Bonfim fala inglês e português, o comércio local aceita o dólar guianense e em Lethen aceitam o Real, algo muito comum em cidades na fronteira internacional.
Futuramente, com o término das obras da ponte que irá ligar os dois países (FOTO 10), acredita-se no potencial da ponte no incentivo ao fluxo de comércio em direção a Georgetown.
Em Lethen o primeiro elemento que nos chama atenção é a diferença da paisagem em relação a Bonfim, logo após a travessia do rio Tacutu. As casas são bem peculiares, construídas em madeira, distantes umas das outras, seguindo o modelo inglês de colonização. Também a influencia inglesa se vê nos carros, guiados do lado direito. Outro aspecto interessante é a diversidade de tipos étnicos. A maioria da população é constituída por indianos e negros (existem poucos brancos). Os primeiros representam a verdadeira diáspora de indianos por todo o antigo Império Britânicos, em geral especializados em comercio e profissões liberais, enquanto os segundos representam o grande fluxo de escravos negros do século XIX, trazidos para trabalhar na mineração e na agricultura.
Existe um posto bactericida onde os estrangeiros são obrigados a limpar os pés antes de entrar na cidade (FOTO 11). O comércio local é bem reduzido, restringindo-se a algumas lojas (FOTO 12). Apesar de existir serviço de correio, hospital, hotel, posto da Cruz Vermelha, tudo é muito simples e por vezes os moradores são obrigados a se deslocarem para Bonfim para serem atendidos ou para realizarem compras.
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