1 de março de 2011

A solução para São Paulo ficar livre das enchentes só deve vir em 2050. Atualmente, 45 piscinões



Temporada de fortes chuvas e enchentes volta a atingir grande são paulo-A meteorologia prevê mais pancadas de chuva ao longo do dia de hoje (28/02/2011) na cidade de São Paulo, que voltou a ser atingida, na tarde de ontem (27), por fortes chuvas menos de uma semana depois do temporal ocorrido no último dia 21, cujos sinais ainda podem ser vistos. Desta vez, foram registrados 59 pontos de alagamento, sendo 31 deles intransitáveis. A zona oeste é a região mais castigada. No município vizinho, em Carapicuíba, uma mulher morreu afogada.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o carro dirigido pela vítima foi parar em um córrego no bairro Capriotti. Os bombeiros a encontraram por volta das 18h, sem sinais vitais, mas ainda tentaram reanimá-la. Na capital, a corporação recebeu dezenas de chamados para resgatar pessoas ilhadas, entre elas passageiros de ônibus retidos em meio às inundações. Uma mulher em trabalho de parto foi resgatada por um helicóptero da Polícia Militar (PM) perto da Rodovia Castello Branco.
O Rio Pinheiros transbordou e hoje (28) várias ruas e avenidas da zona oeste, principalmente, na Vila Leopoldina, amanheceram cheias de lixo deixado pela enxurrada. A água encobriu parte dos trilhos da Companhia Paulista de Trens Urbanos (CPTM), impedindo a circulação dos trens em duas linhas, entre as estações da Lapa e Barra Funda. A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, também ficou alagada.
O Centro Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão da prefeitura, informou que o volume de precipitações na zona oeste atingiu 102,6 milímetros (mm) bem acima da média na cidade (42 mm) e mais da metade do acumulado no mês até ontem (188,1 mm). O total ainda está abaixo da média histórica (217mm).
Segundo CGE, o que provocou esse temporal foi a aproximação de uma frente fria em choque com o ar quente. Apesar de não esperarem que o volume de chuva registrado ontem volte a ocorrer na tarde de hoje, as autoridades estão em estado de atenção por causa do solo encharcado e do nível elevado de rios e córregos, o que aumenta os riscos de alagamentos e deslizamentos de terra.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou que, desde o início da Operação Verão, em dezembro do ano passado, as chuvas já provocaram 27 mortes e deixaram 29 feridos, em 102 cidades. As enchentes deixaram 2.430 desabrigados e 11.721 desalojados. Segundo o órgão, 13 municípios continuam em situação de emergência (Atibaia, Avaré, Águas de São Pedro, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cafelândia, Embu, Franco da Rocha, Itupeva, Mauá, Pracinha, Socorro e Sumaré).

MAISRuas travadas, Marginal interditada, carros boiando, pessoas ilhadas. O drama paulistano das enchentes, que já atingiu a zona oeste da cidade no domingo, ganhou mais força ontem em outras regiões, principalmente norte e leste. O Rio Tietê, que ficou quatro anos sem alagamentos (entre 2005 e 2009), transbordou pela terceira vez em 50 dias. E, caso o prazo de investimentos governamentais seja mantido, São Paulo só vai livrar-se das enchentes em 40 anos.
Além do Tietê - que saiu do leito perto das Pontes das Bandeiras, Vila Maria, Aricanduva, Tatuapé e Limão - transbordaram o Córrego Aricanduva e o Rio Tamanduateí. A cidade registrou 49 pontos de alagamentos e os bombeiros receberam 136 chamados relacionados à chuva - dezenas na região do Aricanduva. Na zona norte, uma pessoa ficou ferida após a queda de um muro de supermercado. O rodízio de veículos foi suspenso à noite. Houve queda de energia no centro e 88 semáforos apagaram,
Também choveu forte em Guarulhos, Osasco, ABC, Jundiaí, Campo Limpo Paulista, Várzea Paulista e Santos - onde a Defesa Civil municipal registrou 15 deslizamentos em morros, mas sem vítimas.
Em Santo André, a Avenida dos Estados ficou interditada próximo do centro da cidade, por causa do transbordamento do Tamanduateí. Em Guarulhos, uma cratera com 5 metros de comprimento foi aberta na Avenida Paulo Freire, ao lado do Córrego Boituva. Na capital, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou o segundo pior congestionamento do ano: 150 km, às 19h42. Alagamentos interromperam a circulação de duas linhas da CPTM - a 7-Rubi e a 10-Turquesa.
Futuro. A solução para São Paulo ficar livre das enchentes só deve vir em 2050. Atualmente, 45 piscinões - ou um terço do previsto em 1998 pelo Plano de Macrodrenagem do Alto Tietê - foi finalizado, o suficiente para armazenar 9 milhões de m³. Pelo projeto, para resolver o drama paulistano seria preciso fazer mais 91 reservatórios, com capacidade para 26,6 milhões de m³ (ou 9.500 piscinas olímpicas). Eles comportam temporais de até 80 mm - ontem na foz do Aricanduva caíram 82,5 mm, segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
O superintendente do Daee, Amauri Pastorello, diz que há problemas para construir reservatórios na Região Metropolitana, que segue em ritmo lento. "Faltam terrenos para ampliar piscinões."
Para Pastorello, a chuva de ontem, que começou na zona leste, foi de grande intensidade, o que diminuiu a velocidade no escoamento do Tietê.
A vazão ficou reduzida a partir do entroncamento com o Tamanduateí e o Aricanduva. O contrato com a empresa que faz desassoreamento do Tietê acaba em abril. O D.a.e.e quer concluir nova licitação até essa data. O objetivo é retirar neste ano 2,1 milhões de m³ de sujeira do rio.

2 comentários:

ILIKE CHOPIN disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ILIKE CHOPIN disse...

AS PESSOAS NÃO QUEREM CREER , MAS TODA ESTA DESTRUTURAÇÃO , NÃO ESTA LIGADA SOEMNTE A FENOMENOS FÍSICOS, MA S PRINCIPALMENTE ESPIRITUAIS, TUDO ESTAR DESORGANIZADO DESDE a ESSÊNCIA HUMANA. E CONTRA ALMA , E DIDIFICL LUTAR.RESIGNAÇÃO É O QUE NOS RESTA.