5 de fevereiro de 2011

mulher poder solidão......


Muito se fala na mídia sobre o sucesso da mulher moderna no mundo empresarial, num tom sempre glamuroso. As entrevistas são de causar inveja às menos dotadas na carreira que escolheram ou que nela seguem por falta de outra opção. Dá gosto ver as matérias e as fotos de conhecidas e bem nascidas figuras femininas do nosso mundo corporativo. Maquiadíssimas, produzidíssimas, jeito de bem com a vida, um sucesso absoluto em casa e na rua. Ah! se a casa falasse…certamente faria coro com a economista Sylvia Ann Hewlet, da Universidade de Harvard, responsável por uma pesquisas feita nos Estados Unidos sobre a verdade em torno desse sucesso. Sylvia entrevistou 5 mil mulheres em cargos de chefia, entre 28 e 55 anos. A pesquisa virou livro ( Creating a Life, ainda sem tradução no Brasil ) e garante: mulheres bem sucedidas profissionalmente têm cada vez menos chance de viver um grande amor. E isso parece valer para qualquer uma, viva ou não em países desenvolvidos.

Mais seletivas, mais intelectualizadas e com menos tempo para as tarefas domésticas, a profissional bem sucedida é, na verdade, uma mulher muito só, com certeza menos por opção e mais pela imensa dificuldade em encontrar um parceiro à altura da sua educação e saberes. Quanto mais perto do topo da hierarquia, menores são as chances que ela encontra para uma vida comum, ou seja, casar, ter filhos, ir ao supermercado ou participar das reuniões no colégio dos filhos. Em geral, são mulheres poderosas, muito bem pagas, o que lhes garante uma vida de luxo, mas sem nenhum prazer afetivo. Apesar dos avanços femininos no mercado de trabalho, nos Estados Unidos ou no Brasil, a grande maioria das mulheres ainda sofre muito com a dificuldade de conciliar família e carreira. E não é pequeno o número de homens que não escondem suas dificuldades em conviver com mulheres viris, com vontade própria, sem tempo para eles, os filhos e os afazeres domésticos. A situação costuma piorar se ela é o maior salário da família.

Aqui no Brasil, pela primeira vez, um relatório do IBGE abordou essa relação entre o poder e a solidão da mulher brasileira. Na verdade, não diz nada diferente daquilo que o cotidiano revela: embora as mulheres continuem casando mais cedo, são os homens que seguram o casamento ao longo da vida, nem sempre por amor. Ninguém desconhece que divórcio é caro. Mas parece que a mulher é mais leal a si própria e enfrenta melhor o rebaixamento econômico do que o homem. Na faixa dos 70 anos ou mais, por exemplo, somente 27.9% delas vivem em união conjugal, contra 70.9% dos homens. Essa diferença levou a demógraf Elza Berquió a criar a expressão ” pirâmide da solidão feminina “. Dificilmente, os homens conseguem ficar sozinhos quando se separam ou enviúvam, mas para as mulheres, é cada vez mais complicado encontrar um parceiro a partir dos 50 anos. Além disso, os homens têm mais escolhas. Eles olham para baixo da pirâmide etária, enquanto as mulheres olham para cima. Em nossa cultura, um homem de 40 anos escolhe mulheres da mesma idade ou, preferencialmente, mais novas. Já a mulher com mais de 50 seleciona homens da mesma idade ou mais velhos.

O problema para ela é que os mais velhos estão casados, com filhos, netos, família estruturada. Feliz ou não, está conformado e acomodado à vida que construiu. Na chamada meia idade ou velhice, eles não costumam abrir espaço para uma outra relação estável, optando apenas por aventuras passageiras, sem qualquer compromisso de longo prazo. E tem a sociedade a seu favor. Mas não é isso que a mulher que trabalha e tem liberdade de escolha almeja para si, esteja solteira, divorciada ou viúva. Ela não quer aventuras nem relações passageiras, muito menos clandestinas, conflituosas. Diante dessa realidade e, como não depende economicamente de ninguém, essa nova mulher prefere continuar só a partir para uma aventura onde não rolam sentimentos - constata a demógrafa.

A pesquisa de Sylvia Hewlet revela um dado ainda mais interessante. Passando os olhos pela lista das vítimas dos atentados ao World Trade Center, em Nova Iorque, ela descobriu que a grande maioria das mulheres que morreram naquele atentado… era solteira. Deixaram apenas sobrinhos e amigos. Ao contrário dos homens, que deixaram viúvas e filhos. ” Atualmente, 60% dos cargos executivos em empresas americanas - diz em seu livro - são ocupados por mulheres. Mas somente 11% tornam-se as principais executivas das empresas. Mesmo tendo alcançado cargos de chefia, mais da metade delas não almejam chegar à presidência. Sabem que este é um cargo difícil pelas suas múltiplas e nem sempre tranquilas responsabilidades, principalmente para uma mulher com marido e filhos.”

Hewlet cita em seu trabalho as todo-poderosas Jessye Norman ( cantora lírica ) e a ex-assessoria de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleeza Rice, como exemplos de mulheres solteiras de sucesso, sem filhos, que nunca esconderam suas dificuldades em encontrar companheiros que entendessem a devoção delas às suas carreiras. Conciliar ascensão profissional e maternidade é uma tarefa que, também, se torna ainda mais difícil por uma questão biológica. Muitas mulheres planejam ter filhos depois dos 30. Premidas pelas responsabilidades profissionais, adiam esse momento, estendendo-o para ” mais adiante “. Acaba chegando aos 40 e aí percebem que os riscos são grandes. O próprio IBGE afirma que é cada vez maior, no Brasil, o número de mulheres solteiras, independentes, que assim querem ficar por opção. Não pretendem perder o que conquistaram através do casamento, onde as regras do jogo ainda exigem muitas concessões por parte da mulher.

Mas a solidão, garantem os psiquiatras e sociólogos debruçados
Muito se fala na mídia sobre o sucesso da mulher moderna no mundo empresarial, num tom sempre glamuroso. As entrevistas são de causar inveja às menos dotadas na carreira que escolheram ou que nela seguem por falta de outra opção. Dá gosto ver as matérias e as fotos de conhecidas e bem nascidas figuras femininas do nosso mundo corporativo. Maquiadíssimas, produzidíssimas, jeito de bem com a vida, um sucesso absoluto em casa e na rua. Ah! se a casa falasse…certamente faria coro com a economista Sylvia Ann Hewlet, da Universidade de Harvard, responsável por uma pesquisas feita nos Estados Unidos sobre a verdade em torno desse sucesso. Sylvia entrevistou 5 mil mulheres em cargos de chefia, entre 28 e 55 anos. A pesquisa virou livro ( Creating a Life, ainda sem tradução no Brasil ) e garante: mulheres bem sucedidas profissionalmente têm cada vez menos chance de viver um grande amor. E isso parece valer para qualquer uma, viva ou não em países desenvolvidos.

Mais seletivas, mais intelectualizadas e com menos tempo para as tarefas domésticas, a profissional bem sucedida é, na verdade, uma mulher muito só, com certeza menos por opção e mais pela imensa dificuldade em encontrar um parceiro à altura da sua educação e saberes. Quanto mais perto do topo da hierarquia, menores são as chances que ela encontra para uma vida comum, ou seja, casar, ter filhos, ir ao supermercado ou participar das reuniões no colégio dos filhos. Em geral, são mulheres poderosas, muito bem pagas, o que lhes garante uma vida de luxo, mas sem nenhum prazer afetivo. Apesar dos avanços femininos no mercado de trabalho, nos Estados Unidos ou no Brasil, a grande maioria das mulheres ainda sofre muito com a dificuldade de conciliar família e carreira. E não é pequeno o número de homens que não escondem suas dificuldades em conviver com mulheres viris, com vontade própria, sem tempo para eles, os filhos e os afazeres domésticos. A situação costuma piorar se ela é o maior salário da família.

Aqui no Brasil, pela primeira vez, um relatório do IBGE abordou essa relação entre o poder e a solidão da mulher brasileira. Na verdade, não diz nada diferente daquilo que o cotidiano revela: embora as mulheres continuem casando mais cedo, são os homens que seguram o casamento ao longo da vida, nem sempre por amor. Ninguém desconhece que divórcio é caro. Mas parece que a mulher é mais leal a si própria e enfrenta melhor o rebaixamento econômico do que o homem. Na faixa dos 70 anos ou mais, por exemplo, somente 27.9% delas vivem em união conjugal, contra 70.9% dos homens. Essa diferença levou a demógraf Elza Berquió a criar a expressão ” pirâmide da solidão feminina “. Dificilmente, os homens conseguem ficar sozinhos quando se separam ou enviúvam, mas para as mulheres, é cada vez mais complicado encontrar um parceiro a partir dos 50 anos. Além disso, os homens têm mais escolhas. Eles olham para baixo da pirâmide etária, enquanto as mulheres olham para cima. Em nossa cultura, um homem de 40 anos escolhe mulheres da mesma idade ou, preferencialmente, mais novas. Já a mulher com mais de 50 seleciona homens da mesma idade ou mais velhos.

O problema para ela é que os mais velhos estão casados, com filhos, netos, família estruturada. Feliz ou não, está conformado e acomodado à vida que construiu. Na chamada meia idade ou velhice, eles não costumam abrir espaço para uma outra relação estável, optando apenas por aventuras passageiras, sem qualquer compromisso de longo prazo. E tem a sociedade a seu favor. Mas não é isso que a mulher que trabalha e tem liberdade de escolha almeja para si, esteja solteira, divorciada ou viúva. Ela não quer aventuras nem relações passageiras, muito menos clandestinas, conflituosas. Diante dessa realidade e, como não depende economicamente de ninguém, essa nova mulher prefere continuar só a partir para uma aventura onde não rolam sentimentos - constata a demógrafa.

A pesquisa de Sylvia Hewlet revela um dado ainda mais interessante. Passando os olhos pela lista das vítimas dos atentados ao World Trade Center, em Nova Iorque, ela descobriu que a grande maioria das mulheres que morreram naquele atentado… era solteira. Deixaram apenas sobrinhos e amigos. Ao contrário dos homens, que deixaram viúvas e filhos. ” Atualmente, 60% dos cargos executivos em empresas americanas - diz em seu livro - são ocupados por mulheres. Mas somente 11% tornam-se as principais executivas das empresas. Mesmo tendo alcançado cargos de chefia, mais da metade delas não almejam chegar à presidência. Sabem que este é um cargo difícil pelas suas múltiplas e nem sempre tranquilas responsabilidades, principalmente para uma mulher com marido e filhos.”

Hewlet cita em seu trabalho as todo-poderosas Jessye Norman ( cantora lírica ) e a ex-assessoria de Segurança Nacional da Casa Branca, Condoleeza Rice, como exemplos de mulheres solteiras de sucesso, sem filhos, que nunca esconderam suas dificuldades em encontrar companheiros que entendessem a devoção delas às suas carreiras. Conciliar ascensão profissional e maternidade é uma tarefa que, também, se torna ainda mais difícil por uma questão biológica. Muitas mulheres planejam ter filhos depois dos 30. Premidas pelas responsabilidades profissionais, adiam esse momento, estendendo-o para ” mais adiante “. Acaba chegando aos 40 e aí percebem que os riscos são grandes. O próprio IBGE afirma que é cada vez maior, no Brasil, o número de mulheres solteiras, independentes, que assim querem ficar por opção. Não pretendem perder o que conquistaram através do casamento, onde as regras do jogo ainda exigem muitas concessões por parte da mulher.

Mas a solidão, garantem os psiquiatras e sociólogos debruçados sobre essa questão, faz mal à saúde. E não é só a mulher a sua maior vítima. O homem moderno anda hoje acuado, assustado, com essa mulher viril, autosuficiente, que toma a iniciativa, o dispensa como provedor, embora o deseje…mas apenas como amante. Nã conseguem entender ( e aceitar ) essa nova mulher que não esconde mais suas emoções, fala abertamente sobre sua sexualidade e mostra desejos mais libertinos. Sentem-se ” homens-objeto “. Na Europa Ocidental, nos Estados Unidos e no Canadá, os homens percebem que, ao longo dos últimos 20 anos, foram ” empurrados “ para uma condição de falência como filhos, maridos, pais e amantes. A principal causa, insistem os estudos, é a ascensão econômica, social e política das mulheres, que estariam impondo, na prática, uma grande pressão sobre seus parceiros, deles cobrando um desempenho excelente em todos os campos da vida cotidiana, ao mesmo tempo em que exigem ( deles ) mais afetividade e sensibilidade no trato com elas. Não é de estranhar, portanto, que os consultórios, pelo menos no mundo ocidental, estejam lotados de homens subjugados por uma abissal baixa-estima, desvalorizados por suas próprias mulheres e namoradas e incapazes de entender e atender as atuais expectativas femininas.sobre essa questão, faz mal à saúde. E não é só a mulher a sua maior vítima. O homem moderno anda hoje acuado, assustado, com essa mulher viril, autosuficiente, que toma a iniciativa, o dispensa como provedor, embora o deseje…mas apenas como amante. Nã conseguem entender ( e aceitar ) essa nova mulher que não esconde mais suas emoções, fala abertamente sobre sua sexualidade e mostra desejos mais libertinos. Sentem-se ” homens-objeto “. Na Europa Ocidental, nos Estados Unidos e no Canadá, os homens percebem que, ao longo dos últimos 20 anos, foram ” empurrados “ para uma condição de falência como filhos, maridos, pais e amantes. A principal causa, insistem os estudos, é a ascensão econômica, social e política das mulheres, que estariam impondo, na prática, uma grande pressão sobre seus parceiros, deles cobrando um desempenho excelente em todos os campos da vida cotidiana, ao mesmo tempo em que exigem ( deles ) mais afetividade e sensibilidade no trato com elas. Não é de estranhar, portanto, que os consultórios, pelo menos no mundo ocidental, estejam lotados de homens subjugados por uma abissal baixa-estima, desvalorizados por suas próprias mulheres e namoradas e incapazes de entender e atender as atuais expectativas femininas.
Magda de Almeida